22 October 2011

Sobre o amor inexistente

A beleza medida na melodia e versos, beleza da periferia, bonito demais:

De @criolomc (Criolo)

"Não existe amor em SP
Um labirinto mistico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você
Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu
Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus"

28 July 2011

#001-A



Menina que exalava flores ...
Perdia-se sempre em noites.
-cheiro, giros, arrepio
*
Fazia pelo gosto de diminuir a velocidade da luz ,
de modular os sons das vozes que ouvia,
de criar os amigos quando lhe convinha...
e tinha uma sabedoria etílica das combinações que fazia
rimando anáguas com "hardcore" ao entornar do volume que a continha.
Para ela não colava a sinestesia, dominava a química das misturas heterogêneas
das cores mudas(,) dos holofotes baratos de um palco improvisado, seu show particular.
Procurava em um mundo interior um voo que a levasse,
não, não era nada de alma ou bagaço ,
apenas pensamentos abduzidos do qual lhe serviam pedaços de papel,
os tons das paredes de seu quarto pintava sua vida.
Por não temer a condenação da solidão
pagava o preço, mesmo que caro, do couvert da existência e,
embora não se sentisse bem com o cheiro de solventes,
sonhava com a distante Faculdade de Farmácia
ao dormir ninada pelo som de uma ventoinha empoeirada
Ah! Menina de perfumes e anéis benzênicos...

15 July 2011

Campo (quando o jogo acaba)

gosto é o que escorre falido e a chama engasga e revela
alma sideral entrega o ato da pele relepada dos meninos da favela
golpe retorcido em aço e essa trama tamanha farsa
joio e trigo imagem e desgraça
suor que desce de pescoços que se abraçam
pulsares de pensamentos em sinonímias derivadas
pé que arrasta o descalço
sangue pisado vaza
sai coitado correndo
momento de um jogo que acaba.

11 April 2011

Porta-retratos

Há suspiros que voltam, minutos, enquanto gritos frios se espalham pela carne
Um tempo entre o ato e o mundo
um desespero em hiato

Um hálito que refresca, brisa, escorrendo de líquido no calor da alma
Toque em pensamentos e sílabas
espasmos dos lábios enlatados

Vidas em espaços distorcidos do tempo preso no porta-retratos


31 March 2011

Em azul metálico

pedal de bicicleta é pedivela . é capim que coça a pele e roda que bate em toco como quem diz: Para ! osso quebra coração dispara  suor esfr...