28 July 2011

#001-A



Menina que exalava flores ...
Perdia-se sempre em noites.
-cheiro, giros, arrepio
*
Fazia pelo gosto de diminuir a velocidade da luz ,
de modular os sons das vozes que ouvia,
de criar os amigos quando lhe convinha...
e tinha uma sabedoria etílica das combinações que fazia
rimando anáguas com "hardcore" ao entornar do volume que a continha.
Para ela não colava a sinestesia, dominava a química das misturas heterogêneas
das cores mudas(,) dos holofotes baratos de um palco improvisado, seu show particular.
Procurava em um mundo interior um voo que a levasse,
não, não era nada de alma ou bagaço ,
apenas pensamentos abduzidos do qual lhe serviam pedaços de papel,
os tons das paredes de seu quarto pintava sua vida.
Por não temer a condenação da solidão
pagava o preço, mesmo que caro, do couvert da existência e,
embora não se sentisse bem com o cheiro de solventes,
sonhava com a distante Faculdade de Farmácia
ao dormir ninada pelo som de uma ventoinha empoeirada
Ah! Menina de perfumes e anéis benzênicos...

15 July 2011

Campo (quando o jogo acaba)

gosto é o que escorre falido e a chama engasga e revela
alma sideral entrega o ato da pele relepada dos meninos da favela
golpe retorcido em aço e essa trama tamanha farsa
joio e trigo imagem e desgraça
suor que desce de pescoços que se abraçam
pulsares de pensamentos em sinonímias derivadas
pé que arrasta o descalço
sangue pisado vaza
sai coitado correndo
momento de um jogo que acaba.

Em azul metálico

pedal de bicicleta é pedivela . é capim que coça a pele e roda que bate em toco como quem diz: Para ! osso quebra coração dispara  suor esfr...